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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Porque não vou mais ao FISL?

Palavras-Chave: Software Livre, Liberdade, Libertinagem, The Pirate Bay, Peter Sunde, ASL

Para variar, hoje vou ser polêmico - e como sempre, tentar sem sucesso não ser ofensivo. O FISL - Fórum Internacional de Software Livre Libertinoso é um evento do qual participei três vezes e achei muito interessante. Até ano passado, quando cheguei até a pagar a inscrição mas não compareci. Me revoltei sériamente.

Sempre me considerei de certa forma um "militante" so software livre. Quem duvida que pergunte aos meus colegas de aula do segundo grau o quanto eu falei a todos sobre o perigo que seria para todos as patentes de software. O problema é que - apesar do nome - o FISL e as pessoas por trás dele deixaram de defender o software livre. Passaram a defender as idéias abusivas e libertinosas. E isso chegou a um extremo inaceitável quando o FISL do ano passado utilizou como principal atração Peter Sunde - um dos fundadores do The Pirate Bay(site que publicava links de torrents piratas).


Não que eu concorde com a maneira como o dito vivente foi injustiçado. Afinal, ele não violou copyright algum até onde eu fiquei sabendo do caso.Ele apenas criou um web-site aonde as pessoas publicavam torrents de conteúdos não necessariamente piratas. E ainda acho, sim, que o julgamento dele não teve nada de justo e que as gravadoras deixaram a ética de lado e certamente cederam algum benefício aos juízes envolvidos na condenação.

Mesmo assim, o tom que isso gerou na comunidade de software livre - especialmente nas pessoas que estavam tendo os primeiros contatos com ela - foi de que defender software livre é defender pirataria e coisas gratuitas para todo mundo. Quando me posicionei a favor do software livre o conceito era outro.Vi a maioria das pessoas "vestindo a camisa" dessa idéia de associar software livre à pirataria.

E o que as pessoas do movimento do software livre - em geral - faziam? Adivinhem? Aproveitavam a situação e a mídia que isso deu ao FISL e ao movimento - ao invés de posicionarem dizendo a toda esta multidão que eles estavam errados, e que a pirataria é nociva à liberdade. Eu achei tudo isso um lance de oportunismo puro - muito nocivo à imagem do movimento.

Agora vou dizer para vocês aonde as pessoas pecam com esta visão. Software proprietário impede o usuário de ser livre com ele. Mas o usuário ainda é livre para escolher optar por um equivalente livre ao invés de utilizar o software proprietário. Ou para desenvolver o seu software e licenciá-lo sob GPL depois. Agora a liberdade do usuário é o que mais conta sempre?

E a liberdade do produtor do software, da música, do livro ou do "seja lá o que for"? Afinal, não foi ele quem tomou litros de energético para fazer a coisa funcionar? Não foi ele quem ralou, pesquisou um monte, abdicou de tempo da vida dele e até de dinheiro as vezes para desenvolver o troço? Então o mínimo que ele tem é o direito de escolher o que fazer com a criação dele.

Eu acho legal a idéia de software livre. Produzi bastante coisa com licença GPL, apesar delas geralmente terem ficado pouco ou nada conhecidas e talvez só terem servido para mim mesmo. Agora meu último projeto que eu iria publicar com licença GPL virou meu ganha-pão, minha fonte de sustento. E com excessão de empresas como a Microsoft, que lucram com a pirataria que dissemina amplamente seus softwares, a maioria das pequenas empresas deixa de ter uma receita que faz falta devido à pirataria.

Acho violar a licença de um software proprietário comparável a violar a própria GPL ou outra licença livre similar. Temos empresas brasileiras que violam a GPL. Tivemos uma grande rede de IRC no Brasil que violava. E se a idéia fosse a de que software livre significa violar licenças, a comunidade de software livre estaria se auto-contradizendo.

Por último, focando novamente no FISL - tema deste post - eu gostaria de saber algo que até hoje ninguém me respondeu: O que diabos Peter Sunde fez pelo software livre que trouxe a ele este status de destaque no FISL? Esta pergunta permanece um mistério - e até que seja dada uma resposta coerente eu me recuso a participar de qualquer coisa relacionada ao movimento de software livre no Brasil. Isso porque é injusto dar todo este destaque a um cara que não fez nada pelo movimento, enquanto tantas pessoas vem fazendo um trabalho sério neste meio e não tem seu devido reconhecimento.

Por hoje é só isso pessoal.
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